A serpente que morde a própria cauda é um símbolo milenar associado ao Todo ou Unidade e utilizado em diversas tradições ocultistas de escolas iniciáticas. É uma referência à criação do universo.
O Ouroboros é um símbolo que apresenta muitos significados. Na maior parte das culturas pré-cristãs, é um símbolo de sabedoria.
O acto da serpente engolir a si mesma é uma representação dos ciclos da Vida, onde o fim é um novo começo e se relaciona ao movimento cíclico e evolutivo de cada ser, é o símbolo da transformação. A serpente está associada à vida terrena e o círculo, ao Reino Divino.
Estando presente em diferentes culturas e tendo interpretações distintas, a base do significado do Ouroboros consiste na ideia da criação eterna e contínua. Ao longo do tempo, o símbolo do Ouroboros foi assimilado por diversas culturas, religiões e doutrinas místicas, como:
Antigo Egipto:
Um registo bem antigo do Ouroboros encontra-se num texto funerário do Antigo Egipto, no túmulo do imperador Tutankhamun. Para os egípcios, este símbolo representava a união de Rá , deus do sol, e Osíris, deus da vida, da morte e da ressurreição, por isso significando os ciclos da Vida.
China Antiga:
O símbolo chinês do Ying e Yang, indicando a união das polaridades e a transcendência da dualidade, tem sua analogia e representação no Ouroboros.
Budismo:
O encontro com nosso SER marca o estado de ausência, do início e fim, significado que tem sua representação no Ouroboros.
Alquimia:
A Alquimia buscava encontrar o “elixir da vida e da imortalidade” utilizava a simbologia do Ouroboros.
Para os alquimistas, o Ouroboros relaciona-se ao trabalho interno e pessoal de cada ser, envolvendo a sua psique, energia e força interna.
Gnosticismo:
A serpente no Ouroboros devorando a própria cauda, no Gnosticismo, simboliza a elevação da alma, bem como a eternidade e imortalidade do Espírito.
Maçonaria:
Para os maçons, o Ouroboros representa a eternidade, renovação, amor e sabedoria e é encontrado decorando as fachadas de alguns templos, tal como o esquadro e o compasso.
Para vários místicos, o Ouroboros, fechando-se sobre o próprio ciclo, remete-nos à representação da roda da existência e o processo de criação contínua.
Em algumas vertentes do budismo tibetano o Ouroboros evoca o estado meditativo, quando se transcende o estado mental amplificando a percepção de si mesmo e do TODO, o micro sendo absorvido pelo macro.
Seja como for, o Ouroboros é um símbolo que conversa com nosso lado intuitivo e, nessa comunicação, surge a percepção do lado inconsciente, reflectido nas repetições das acções que levam ao sofrimento e que, para sair desse círculo vicioso é necessário olhar para dentro, ter auto-percepção e auto-conhecimento, ou seja, morder a própria cauda, como na representação do Ouroboros.
O Ouroboros alegoriza a resolução do conflito interno alcançado pela conquista da plenitude interior e a percepção da Unidade, transcendendo a separação do Todo, em decorrência da projecção egoica; a dissolução do ego finito em prol da manifestação do SER Infinito.
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